segunda-feira, 31 de maio de 2010

PATRIOTISMO ESPORTIVO

“A gente tem o melhor futebol do mundo e temos uma torcida que deixa de comer e vestir para comprar ingresso”, Rodrigo Tardio, produtor esportivo da TVE


Rodrigo Tardio vê com otimismo a possibilidade de uma Copa do Mundo no Brasil


Estamos em tempos de Copa do Mundo na África do Sul e preparação do Brasil para sediar o evento em 2014. O clima de torcida em terras tupiniquins deixa ainda mais em evidência o porquê de ser chamada “o país do futebol”. Seja para os torcedores mais fervorosos ou os de final de Copa, o jogo dos onze contra onze move emoções, a economia, a política e se faz presente em diversas ocasiões.


O produtor esportivo da TV Educativa da Bahia (TVE), Rodrigo Tardio, diz que o futebol é uma válvula de escape para um povo sofrido como o brasileiro. “A gente tem o melhor futebol do mundo e temos uma torcida que deixa de comer e vestir para comprar ingresso”, sinaliza Tardio. Segundo o site da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) o Campeonato Brasileiro Série A do ano passado, pontuou uma média de 17 mil 807 pessoas por jogo. Em um total de 30 partidas foram arrecadados aproximadamente 126 milhões de reais.


Para o universitário Daniel Barbosa, tricolor baiano, o futebol se tornou uma questão cultural, sem um motivo que lhe pareça concreto para mover tanta paixão. “É ótimo ir ao estádio e depois beber, resenhar e zoar com o time do amigo que perdeu. Futebol é diversão, interação e o brasileiro precisa muito disso”, defende o estudante. O esporte da Copa move relações simples do dia-a-dia, também as ações diplomáticas. Em ocasião de uma reunião de Cúpula do G8, em 2009, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presenteou aos líderes de México, China, Índia, África do Sul e Estados Unidos com camisas da seleção brasileira. Também não é raro metáforas futebolísticas nos discursos do líder brasileiro.


Saudosista, o repórter esportivo há 13 anos, Noel Tavares, afirma que o futebol vive do passado. “Aquelas feras que traziam a beleza do esporte, a gente não encontra mais nem no Brasil, nem no mundo”, lamenta. Para Tavares os jogadores têm que demonstrar mais amor pelo esporte, pois é o motivo que move uma torcida.



Copa no Brasil - Depois de averiguar atrasos, a Fédération Internationale de Football Association (FIFA) cobrou celeridade nas obras para Copa do Mundo no Brasil. Inclusive com ameaças da perda de direitos para sediar o evento, caso os prazos para realização das obras de infra-estrutura não sejam cumpridos. Para o produtor esportivo da TVE, Rodrigo Tardio, o Brasil e Salvador conseguirão cumprir o tempo determinado, pelas cobranças da torcida e da própria FIFA. “Em 1950 não fomos campeões, acho que está na hora de Brasil sediar e vencer uma Copa,” contemporiza o produtor.


Noel Tavares questiona se a Copa deixará alguma herança efetiva para o esporte local.


A universitária, rubro-negra baiana, Priscila Lima, está ansiosa pelo evento, mas teme pelo histórico do poder público com obras de grande porte, como o metrô soteropolitano. “Existe uma palavra que os dirigentes de Salvador devem verificar no dicionário: preparação. Ao contrário do que se pensa, quatro anos passam rápido”, ironiza a torcedora. Em matéria veiculada pelo portal copa2014.org.br, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou que as cidades que não cumprirem o cronograma de obras da FIFA poderão ser excluídas da Copa de 2014.


Em Salvador, os empreendimentos que envolvem a infra-estrutura do evento esportivo passam por questionamentos e entraves. As construções do metrô se arrastam desde janeiro de 2000 e uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) investiga problemas com o orçamento da obra.


O Estádio Octávio Mangabeira - a Fonte Nova, principal arena para os jogos, ainda não teve sua reforma iniciada efetivamente. Tapumes foram instalados no local, mas a reabilitação do campo esportivo espera o resultado de decisões judiciais para terem suas obras iniciadas. Ainda a falta de clareza em decretos para desapropriações em razão das construções de novas vias, na cidade, causou reações públicas e o secretário municipal de Habitação e Meio Ambiente (Sedham), Antônio Abreu, acaba de ser substituído por Paulo Damasceno.


O repórter esportivo, Noel Tavares, percebe uma falta de preparo da capital baiana. Ele questiona se os gastos feitos para realização do certame deixará alguma herança efetiva para o esporte local.

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